Animação Cultural
A visão humana baseada na teoria evolutiva, na qual o humano é a ponta da lança (ser mais complexo e portanto dominador), oferece o argumento primordial para a lógica do domínio material do homem sobre as outras formas de vida e sobre o espaço físico. Não obstante, a teoria surge paralela ao surto industrial e ao encanto da materialização de produtos-objetos em grande escala respondendo a solicitações externas e necessidades internas de uma conjuntura histórica. O paradigma diante do qual nos encontramos hoje é o de que a autonomização dos objetos-aparelhos ultrapassou a linha em que se diferenciavam criador e criatura, com o domínio do primeiro, para cairmos num campo experimental no qual a vitalidade e a experiência existencial humana são intensamente modificadas pela interação com suas criações. Sendo os objetos frutos da interação entre forças inanimadas e forças animadas, a sua superioridade seria justificada por serem justamente a transcendência dessa dualidade. No campo da práxis a subserviência e a dependência do homem à máquina são inquestionáveis: se a depressão e a ansiedade são consideradas o mal do século XXI, o imediatismo das redes sociais e a relativização do espaço-tempo não passam impunes. E essa nova relação homem-objeto também gera uma lacuna no campo teórico, diante do ímpeto da curiosidade humana e do decorrente estreitamento temporal das revoluções técnicas.
Comentários
Postar um comentário