Crítica ao Objeto de Makhtar
Foram apresentados por ele dois objetos: primeiramente uma caixa "multifunção", onde poderiam ser conectados dispositivos externos para reprodução de áudio; e, em um segundo momento, o objeto apresentado por ele foi um barquinho de papel feito em dobradura. Em ambos os casos a aplicação de seu conceito - que é o do transporte, seja ele de dados, de documentos [...], de um modo geral - foi extremadamente literal, deixando pouca margem à especulação e curiosidade. A referência do barquinho de papel evoca uma espécie de imaginário coletivo, remetendo a infância e, consequentemente, à interatividade e exploração do mundo ao redor em todas as suas possibilidades. Quando esta mesma referência é usada em um único exemplar e justificada por seu potencial de transportar objetos/pessoas, todo esse universo subjetivo é marginalizado. Quando consideramos quais seriam as possibilidades de utilização desse barco único, restrito ao seu sentido literal, nos afastamos da interatividade ou a incorporamos de uma forma muito superficial. Se pensado como elemento de conexão/elo entre dois pontos, as referências do barco, do pendrive e do disquete, por exemplo, podem se expandir para objetos mais dinâmicos e simbólicos.
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